O espetáculo começou com elasticidade, em seguida observamos uma demonstração de equilíbrio. Na seqüência, canto e interpretação teatral.
Foi, sem dúvida, uma apresentação comovente. Dois artistas natos que encenavam um sincretismo artístico contemporâneo.
Começou às 18h20 e acabou às 19h. A platéia crescia cada vez mais, mas poucos eram os que contemplavam a exibição. Talvez por se tratar de uma arte que não sinaliza início nem fim (ela começa de repente), não tem local marcado, nem data de apresentação definida.
Afinal, a qualquer momento dois garotos negros, de 8 a 10 anos, cabelos tingidos de loiro, um com um par do chinelo no pé e outro par na mão (pois o calçado arrebentou) e o outro guri, menino, rapazinho, brother, mocinho, com a camiseta amarrada na cabeça, podem adentrar em um ônibus sozinhos, atravessar, com muita flexibilidade, a roleta por baixo e ficar nas escadas se equilibrando no abre e fecha da porta.
Sempre cantando, batucando na porta e interpretando situações, as mais variadas possível. A interpretação é tão genial e tão fiel à realidade que eles atingem um fato perseguido por muitos e conseguido por muitos mais ainda, a invisibilidade. Ao final, sem cobrar nada, os dois artistas saem sem aplauso.
O espetáculo aconteceu num coletivo cujo itinerário é Calhau (na orla de São Luís) e Terminal da Praia Grande (perto do Centro Histórico da capital). Não foi particular, o ônibus estava lotado e claro, não foi único, acontece, talvez simultaneamente, não só em São Luís, mas no mundo todo.
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Um comentário:
Belo texto, meninas!! Parabéns pelo blog!!!
beijos
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