quarta-feira, 23 de abril de 2008
Feche os olhos
A convite do Gabriel, resolvemos participar de uma postagem coletiva. Estamos atrasadas, mas não poderia ser de outra forma, afinal as "donas" do blogue, indecisas como são, demoraram para decidir o que desejar.
Mas mesmo com tanta indecisão, e desejos expressos por palavras diferentes, eles se voltam para o mesmo fim - que a vida seja mais valorizada, que a convivência seja mais prazerosa e acrescentadora, que os relacionamentos sejam mais humanos e menos artificiais e interesseiros.
A postagem pode parecer simples num primeiro momento, mas, entre tantas possibilidades de desejos, escolher apenas um não é fácil. Pensamos muito antes de escrever nossos desejos. Isso porque sempre que pensávamos em algo, analisávamos e víamos que um outro desejo mais amplo poderia ser muito mais eficiente. De análise em análise, chegamos ao que vocês podem ver na foto.
Que os desejos não fiquem neste blogue, mas passem a fazer parte da nossa experiência cotidiana!
terça-feira, 15 de abril de 2008
Quase um Cirque du Soleil e com direito a invisibilidade, mas sem truque. É real
O espetáculo começou com elasticidade, em seguida observamos uma demonstração de equilíbrio. Na seqüência, canto e interpretação teatral.
Foi, sem dúvida, uma apresentação comovente. Dois artistas natos que encenavam um sincretismo artístico contemporâneo.
Começou às 18h20 e acabou às 19h. A platéia crescia cada vez mais, mas poucos eram os que contemplavam a exibição. Talvez por se tratar de uma arte que não sinaliza início nem fim (ela começa de repente), não tem local marcado, nem data de apresentação definida.
Afinal, a qualquer momento dois garotos negros, de 8 a 10 anos, cabelos tingidos de loiro, um com um par do chinelo no pé e outro par na mão (pois o calçado arrebentou) e o outro guri, menino, rapazinho, brother, mocinho, com a camiseta amarrada na cabeça, podem adentrar em um ônibus sozinhos, atravessar, com muita flexibilidade, a roleta por baixo e ficar nas escadas se equilibrando no abre e fecha da porta.
Sempre cantando, batucando na porta e interpretando situações, as mais variadas possível. A interpretação é tão genial e tão fiel à realidade que eles atingem um fato perseguido por muitos e conseguido por muitos mais ainda, a invisibilidade. Ao final, sem cobrar nada, os dois artistas saem sem aplauso.
O espetáculo aconteceu num coletivo cujo itinerário é Calhau (na orla de São Luís) e Terminal da Praia Grande (perto do Centro Histórico da capital). Não foi particular, o ônibus estava lotado e claro, não foi único, acontece, talvez simultaneamente, não só em São Luís, mas no mundo todo.
Foi, sem dúvida, uma apresentação comovente. Dois artistas natos que encenavam um sincretismo artístico contemporâneo.
Começou às 18h20 e acabou às 19h. A platéia crescia cada vez mais, mas poucos eram os que contemplavam a exibição. Talvez por se tratar de uma arte que não sinaliza início nem fim (ela começa de repente), não tem local marcado, nem data de apresentação definida.
Afinal, a qualquer momento dois garotos negros, de 8 a 10 anos, cabelos tingidos de loiro, um com um par do chinelo no pé e outro par na mão (pois o calçado arrebentou) e o outro guri, menino, rapazinho, brother, mocinho, com a camiseta amarrada na cabeça, podem adentrar em um ônibus sozinhos, atravessar, com muita flexibilidade, a roleta por baixo e ficar nas escadas se equilibrando no abre e fecha da porta.
Sempre cantando, batucando na porta e interpretando situações, as mais variadas possível. A interpretação é tão genial e tão fiel à realidade que eles atingem um fato perseguido por muitos e conseguido por muitos mais ainda, a invisibilidade. Ao final, sem cobrar nada, os dois artistas saem sem aplauso.
O espetáculo aconteceu num coletivo cujo itinerário é Calhau (na orla de São Luís) e Terminal da Praia Grande (perto do Centro Histórico da capital). Não foi particular, o ônibus estava lotado e claro, não foi único, acontece, talvez simultaneamente, não só em São Luís, mas no mundo todo.
sexta-feira, 11 de abril de 2008
Calhau
Calhau é uma praia de São Luís. Tem uma grande faixa de areia na qual passam buggys e pessoas caminhando. O mar de Calhau lembra algumas praias do litoral paulista, ondas pequenas, água escura, a diferença é que venta bastante no litoral maranhense.
Entre a Av. litorânea e a areia há o calçadão e nele muitos bares e restaurantes. Nenhum deles self service.
Da areia vê-se muitos navios ancorados que aguardam a vez para o carregamento ou descarga de produtos no Porto de Itaqui.
Há muitas linhas de ônibus para lá. E foi assim que chegamos a Calhau. Saímos do Terminal da Praia Grande, perto de onde estávamos hospedadas, e fomos para lá.
Um episódio hilário. Andréa e Raquel, duas "metropolitanas" - ambas de cidades com 5 mil habitantes - atravessam a rua para entrar no terminal de ônibus. Antes de atravessar a avenida, aguardam, assim como outras pessoas, o semáforo fechar para os carros e abrir para pedestres. Assim, depois de uns 2min atravessam a rua, juntamente com outros indivíduos e, de repente, as duas saem do fluxo e dirigem-se para o Terminal por um portão grande que estava aberto. Eis que ouvem um apito.
Opa! Algo errado. Entreolham-se, olham para a rua, e depois notam um guarda do terminal fazendo um sinal de negativo e apontando para outro lado. Foi então que as duas notam uma "pequena" placa - Proibida a entrada.
Abaixam a cabeça, morrem de rir (como em várias outras situações da viagem) e dirigem-se à verdadeira entrada do terminal.
Pegamos o ônibus e chegamos a Calhau. Na primeira vez que fomos a praia ficamos pouco tempo. Na verdade fomos com o intuito de arranjar emprego num bar da orla, mas não tivemos êxito. De lá fomos ao centro de São Luís, ainda com a esperança de um dinheiro extra, mas desistimos da idéia de um trabalho temporário, pois teríamos de deixar currículo, aguardar uma seleção e tempo para isso nós não tínhamos, afinal tempo é R$ e nosso pais bem sabem disso.
A outra vez que fomos à Praia de Calhau, ficamos um pouco mais. Caminhamos pela praia, sentamos em um restaurante e experimentamos a famosa Caipiveja - vodka, cerveja, limão, sal e gelo. Muito elogiada, mas não nos agradou.
Comemos uma peixada, por sinal muito boa, mas cara, pelo menos para nós, universitárias fazendo mochilão.
Entre a Av. litorânea e a areia há o calçadão e nele muitos bares e restaurantes. Nenhum deles self service.
Da areia vê-se muitos navios ancorados que aguardam a vez para o carregamento ou descarga de produtos no Porto de Itaqui.
Há muitas linhas de ônibus para lá. E foi assim que chegamos a Calhau. Saímos do Terminal da Praia Grande, perto de onde estávamos hospedadas, e fomos para lá.
Um episódio hilário. Andréa e Raquel, duas "metropolitanas" - ambas de cidades com 5 mil habitantes - atravessam a rua para entrar no terminal de ônibus. Antes de atravessar a avenida, aguardam, assim como outras pessoas, o semáforo fechar para os carros e abrir para pedestres. Assim, depois de uns 2min atravessam a rua, juntamente com outros indivíduos e, de repente, as duas saem do fluxo e dirigem-se para o Terminal por um portão grande que estava aberto. Eis que ouvem um apito.
Opa! Algo errado. Entreolham-se, olham para a rua, e depois notam um guarda do terminal fazendo um sinal de negativo e apontando para outro lado. Foi então que as duas notam uma "pequena" placa - Proibida a entrada.
Abaixam a cabeça, morrem de rir (como em várias outras situações da viagem) e dirigem-se à verdadeira entrada do terminal.
Pegamos o ônibus e chegamos a Calhau. Na primeira vez que fomos a praia ficamos pouco tempo. Na verdade fomos com o intuito de arranjar emprego num bar da orla, mas não tivemos êxito. De lá fomos ao centro de São Luís, ainda com a esperança de um dinheiro extra, mas desistimos da idéia de um trabalho temporário, pois teríamos de deixar currículo, aguardar uma seleção e tempo para isso nós não tínhamos, afinal tempo é R$ e nosso pais bem sabem disso.
A outra vez que fomos à Praia de Calhau, ficamos um pouco mais. Caminhamos pela praia, sentamos em um restaurante e experimentamos a famosa Caipiveja - vodka, cerveja, limão, sal e gelo. Muito elogiada, mas não nos agradou.
Comemos uma peixada, por sinal muito boa, mas cara, pelo menos para nós, universitárias fazendo mochilão.
sexta-feira, 4 de abril de 2008
Aquarelando
Brasil!
Meu Brasil brasileiro
Meu mulato izoneiro
Vou cantar-te nos meus versos
Por não saber versar como Ary Barroso
Vamos "prosear"
E a melodia de fundo, qualquer
Aquela que quiser
Olha! quase uma rima
Talvez inspiração divina
Inspiração do diverso
Do controverso
Da ajuda, da indiferença
Do rio, da mata, do seco, do vento, da pedra, do morro, do mar, do bicho
Do eles
Eles que fizeram do ideal a experiência
Com conforto e desalento
Novo e mesmo
Meu Deus, que país!
Quanta riqueza, quanto contraste, quanta história
Nós aventureiras?
Não, brasileiras.
Que brasileirando
Vão contando,
magistral
ou mal,
o que passaram, sentiram
Enfim, viveram.
Meu Brasil brasileiro
Meu mulato izoneiro
Vou cantar-te nos meus versos
Por não saber versar como Ary Barroso
Vamos "prosear"
E a melodia de fundo, qualquer
Aquela que quiser
Olha! quase uma rima
Talvez inspiração divina
Inspiração do diverso
Do controverso
Da ajuda, da indiferença
Do rio, da mata, do seco, do vento, da pedra, do morro, do mar, do bicho
Do eles
Eles que fizeram do ideal a experiência
Com conforto e desalento
Novo e mesmo
Meu Deus, que país!
Quanta riqueza, quanto contraste, quanta história
Nós aventureiras?
Não, brasileiras.
Que brasileirando
Vão contando,
magistral
ou mal,
o que passaram, sentiram
Enfim, viveram.
Assinar:
Postagens (Atom)