Sentamos ao lado de um lugar bem frequentado no ônibus, o banheiro. Ainda assim, dormimos quase a viagem toda. Vimos entrar no Estado de Minas e depois acordamos, às 8h30 do dia 08/01, em Goiânia, cidade que nos pareceu muito bonita, mesmo tendo apenas visto ruas e construções de dentro do ônibus.
Na rodoviária da cidade fomos atrás de passagens para São Luís, nosso destino inicial. Pesquisamos. Funcionários nos abordavam fora dos guichês: "Para onde vocês vão?", vozes brigavam entre si. Escolhemos uma na qual o vendedor, que inicialmente nos confundiu com inglesas, pois Andréa disse "sorry", nos convenceu (pelo preço, claro) a ir para Santa Inês, no Maranhão e de lá seguir viagem para São Luís.
Saímos de Goiânia às 10h do mesmo dia. Não era tão confortável como o primeiro, mas tinha ar condicionado, água e banheiro. Sentamos nas poltronas, mais uma vez perto do banheiro.
O almoço foi em Jaraguá, GO, em uma churrascaria bem simples. Na saída, uma surpresa, em frente ao caixa do restaurante, um porta-retrato com o seguinte certificado: A churrascaria Jaraguá foi eleita a melhor churrascaria da cidade. O próximo trecho, considerado pelo guia da Quatro Rodas como estrada precária, tinha muitos buracos, ondulações e não havia acostamento. O ônibus balançava bastante, além das freadas constantes, pois era pista simples e com muitos caminhões. Ao norte de Goiás, a estrada melhorou. Ainda bem!
Seguimos viagem até Gurupi, no Tocantins e depois paramos para jantar em Barrolândia, TO. Depois do jantar, seguimos viagem. Eesse trecho foi meio difícil, pois a porta do banheiro não ficava fechada, batia muito e a claridade do banheiro atrapalhava quem queria dormir. Um dos passageiros passou mal e nos deixou meio enjoadas também. Mas enfim, depois de uma noite não muito agradável paramos em Colinas do Tocantins, Araguaina (TO), Imperatriz (MA). Em Buriticupu (MA) descemos para almoçar. A churrascaria Asa Branca - The best of , segundo um funcionário - era muito simples, mas um pequeno detalhe atraiu nossa atenção: a comanda tinha vários valores já anotados e rabiscados por cima - pensamos que esse tipo de reutilização de comandas é uma forma interessante e diferente de preservar o meio ambiente.
Mas não ficou nisso. Buriticupu gerou muitos comentários entre nós mesmo muito tempo depois de termos deixado a cidade. A parte que conhecemos é muito pobre e suja. Não há asfalto e a terra é bem alta e fofa, não é assentada. As pessooas são bem humildes, há muitas crianças vendendo laranjas, milho e comidas típicas.
Depois do almoço, seguimos viagem até Santa Luzia e chegamos a Santa Inês às 13h45. A estrada entre essas duas cidades está em boas condições, mesmo não tendo acostamento e sendo pista simples. O problema para uns (enjôo para Raquel) e diversão para outros (Andréa) é que ela apresenta muitas curvas para direita e esquerda e subidas e descidas, com ribanceiras ao lado da rodovia - qualquer montanha-russa do Bush Gardens, que não tenha looping, perde longe em adrenalina.
Em Santa Inês compramos passagens para São Luís e embarcamos num ônibus, que, segundo o funcionário do guichê, era "um carro bom, novo". O ônibus não tinha ar condicionado, nem água e nem banheiro e estava em condições bem precárias. Saímos às 14h30. A estrada era péssima, tinha muitas crateras e o que mais se via eram veículos fazendo zigue-zague para tentar desviar ou não passar muito dentro dos buracos. Além das freadas bruscas. Paramos em várias cidades entre elas Vitória do Mearim, Arari, Miranda do Norte. O motorista descia e chamava as pessoas, e às vezes até tinha que procurar passageiros pelas cidades que eram bem humildes.
Anoiteceu e, enfim, chegamos a São Luís. Na rodoviária pedimos informações e as pessoas foram muito solícitas. O rapaz que trabalha na central de informações ao turista ligou em várias pousadas e hotéis para pesquisar preços, nos forneceu mapas e cartões. A qualidade do serviço prestado na rodoviária nos deixou boquiabertas, dá-se muita atenção aos visitantes.
Assim terminou a primeira etapa da nossa viagem. Chegamos à capital maranhense após quase dois dias de viagem.
Durante todo nosso trajeto ficamos encantadas com as paisagens. São lindíssimas, diferentemente das construções que vimos, muito precárias. São muitas casas de barro cobertas com folhas de coqueiro, as conhecidas casas de taipa. Não vimos seca, afinal a estrada margeava o Estado do Pará e nessa época do ano chove consideravelmente.
Às margens da estrada vimos também muita extração de madeira e carvoarias. Algo que nos chamou a atenção foi a dimensão de construções evangélicas em meio a falta de estrutura de residências - casa de chão batido, com extensão reduzidíssima, muitas vezes sem energia elétrica.
4 comentários:
Bom, pelo visto, vcs passaram por cada situação de embrulhar mesmo o estomago. Estradas precarias, muitas curvas, churrasco, devem ter contribuido pra isso, hehe. Mas o importante é que nada foi tão forte a ponto de desistirem né. Força meninas, ainda falta um monte de coisa pra fazer e pra postar. Estamos na espera e na torcida.
Bjos
E ai minha prima "louca e revolucionária" como anda este "diário de motocicletas" sem motocicletas e do lado de cá da linha de tordesilhas? Muita diversão, muito trabalho, muitos cenários exuberantes e muitas pessoas interessantes? Estamos ansiosos por novos "post" e fotos maneiras, pois os primeiros estão excelentes. Bjs, saudades! PAULINHO
Bem, o graçom com certeza estava consciente da necessidadede preservar o meio ambiente, com certeza a empresa onde ele trabalha vai ganhar alguns creditos de carbono.
Bjs, gostei da coragem de vcs!
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