terça-feira, 18 de março de 2008

Alcântara I

Domingo, 13/01, decidimos conhecer a famosa Alcâtara.

Enquanto os turistas aguardavam o barco que os levaria à ilha, um som e um cheiro nada agradáveis tomaram conta do Cais da Praia Grande, próximo ao Centro Histórico de São Luís, onde nós estávamos. Uma embarcação, parada ali perto, exalava o cheiro de chiqueiro, assim como os porcos que estavam em terra firme, que grunhavam constantemente. Havia também bodes e galinhas.




Uma turista incomodada com a situação comentou conosco: "Isso deveria ser denunciado para Vigilância Sanitária". Definitivamente não é nada atrativo ver animais amarrados, sujos e aflitos sendo carregados do barco para um veículo que os transportariam para feiras e restaurantes. Os bastidores, as etapas anteriores a um bom prato às vezes chocam. Mas deixando a primeira impressão de lado fomos conversar com os tripulantes da embarcação.

Carlos Ferreira, 32, de Bacurituba, MA, e Mariano Costa, 53, de São João Batista, MA. Trabalham no barco Duas Nações que sai duas vezes por semana, às quartas e aos domingos, de Cajapió, MA, rumo a São Luís.



Cajapió, segundo eles, é uma cidade de 10.000 habitantes, basicamente agricultores e pescadores. Do município até a capital do Estado são 7h de viagem de barco.

Os dois homens nos contaram que moradores das cidades vizinhas a Cajapió levam para esta porcos, cabras, manga, tamarindo, pato, galinha, peru e vendem para alguns tripulantes do barco, que são como atravessadores.

O Duas Nações transporta passageiros no compartimento de cima, a capacidade é de 65 pessoas, e na parte inferior, levam os animais, em torno de 200, juntamente com frutas.



Carlos e Mariano chegam a passar 6 dias fora de casa devido ao trabalho, mas mesmo assim adoram o que fazem, pois segundo eles, visitam muitos lugares, aportam em outras cidades além de São Luís, e conhecem mulheres - "nós gostamos de diversão".

Os dois compradores, transportadores e vendedores de produtos não são casados. Mariano diz viver com uma mulher, mas não é nada oficial.

João Lindoso, 61, pilota o barco há 4 anos. Fez curso pela Marinha há 25 porque ama o mar, "meu pai tinha um barco a vela e eu quis fazer o mesmo, viver no mar".



João compra animais em Cajapió e vende em São Luís, onde mora há 30 anos com a família. Ele tira por mês, assim como Carlos e Mariano, cerca de R$400,00. Conta, todo orgulhoso, que tem uma filha tenente na Espanha, "meus filhos não seguiram o pai, eles estudaram e seguiram o caminho deles".

4 comentários:

Leila Costa disse...

Gente, esse é o barco que quase afundou!?

Altas emoções dessas brasileiras, mano! XD

Que o blog não pare! Valew!!!

Unknown disse...

Meninaass...
amei o blog de vcs....óteemooo!!!
Parabéns!! continuem....

Bjuux

Unknown disse...

Hahaha, imagina vc vendo sua janta viva, antes de colocar no prato. Mas serio, seria um tanto estranho.

Paro pra pensar que tem gente que vive em todo lugar, de toda forma, coisas que nao conseguiria imaginar antes desse blog.

Bjo meninas.

Unknown disse...

Congratulações pelo sítio idealizado pelas suas pessoas!! Muito boa idéia e realização!!!

Que seja apenas o começo na carreira de vosso jornalismo em tom não-marrom!!!!